Agro tem boas expectativas após missão do Brasil na Rússia
A missão do Brasil na Rússia gerou boas expectativas para o agronegócio brasileiro. Uma delas diz respeito ao mercado de proteína animal, que pode ser beneficiado por uma extensão no prazo de cumprimento da cota, sem tarifa, que autorizou o Brasil a exportar 100 mil toneladas de carne suína para lá de janeiro a junho deste ano.
Direto de Moscou, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, que participou da comitiva de empresários que foi até a Rússia, detalhou que o país pode virar um dos 5 principais destinos da proteína brasileira.
"São cotas de 100 mil toneladas, um volume bastante expressivo e importante para o Brasil. Se a gente conseguir completar 90 a 100 mil, a Rússia ficar entre os cinco maiores compradores da carne brasileira neste ano de 2022. Mas, ainda não se falou em novas cotas, o que tem se falado aqui é que tenhamos mais prazo para cumprir integralmente essa cota de 100 mil toneladas."
Os negócios já estão sendo realizados com a Rússia e animam o setor produtivo, já que em 2020 o Brasil não vendeu praticamente nada para o país de Vladimir Putin. A retomada das vendas externas para o antigo cliente é um incremento de demanda importante para o escoamento da produção brasileira, que enfrenta um momento de prejuízos entre criadores que vivem alto custo de produção e o mercado com super oferta de animais espremendo margens. Santin também destacou que a missão brasileira na Rússia foi uma oportunidade de agilizar licenças para frigoríficos brasileiros ficarem aptos a embarcar mais proteínas para lá.
Na bagagem da comitiva não volta nenhum acordo assinado, mas manifestações conjuntas de interesse de avançar na cooperação existente entre as duas nações. Para o abastecimento de fertilizantes, o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que o assunto foi encaminhado com empresários russos para a garantia de abastecimento da produção brasileira, da qual a Rússia é um dos principais fornecedores. A venda da unidade de fertilizantes da Petrobras em Mato Grosso do Sul para o grupo russo, Acron, também esteve em discussão. A expectativa para reativação da unidade e aumento da oferta do insumo no mercado brasileiro com menor necessidade de importação.
Com a pauta de carnes e fertilizantes encaminhada, a missão do Brasil na Rússia cumpriu o papel de estreitar relações comerciais e sedimentar terreno para novos negócios para o agro do brasileiro.
Kellen Severo
Jornalista Especializada em Economia e Agronegócios
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